Recebi vários comentários sobre o post anterior e então resolvi colocar aqui a opinião do Trent, que escreve o excelente blog The Simple Dollar, que leio todos os dias. Em seu post de hoje sobre esse mesmo assunto, ele diz o seguinte:
- Não tenho medo das condições econômicas atuais. Eu simplesmente não caio nessa história de medo que está constantemente sendo divulgada nas matérias sobre economia.
- Não escuto a CNBC (Rede americana de notícias de economia, negócios e finanças) ou outras fontes da grande mídia para obter notícias sobre economia e minhas finanças pessoais. Quase sempre tais fontes tentam pegar os fatos reais e distorcem-nos, para fazer uma matéria mais forte, fazendo parecer que um fato econômico ruim seja “prova” de que algo desastroso, e coisas boas são frequentemente colocadas como exceções à regra.
Em vez de ver as coisas por esse lado “negativo”, ele as vê da seguinte forma (e concordo com ele):
- Como estão as pessoas a minha volta? Conheço algumas poucas pessoas que perderam seus empregos – um número que está completamente em linha com o aumento do desemprego. Alguns outros estão cortando despesas como forma de protegerem-se contra uma possível perda do emprego, que eles temem. A maioria das pessoas, no entanto, não está mudando absolutamente nada. Conheço pessoas que estão comprando carros, casas, bens de consumo etc.
- Como essa situação se compara aos números reais? É só minha experiência pessoal ou está em linha com os números reais? Bom, a taxa real de desemprego (nos EUA) foi de 4,9% para 7,2% de dezembro de 2006 a dezembro de 2007. Uma diferença de 2.3%. Em outras palavras, de cada 100 pessoas que conheço, mais duas devem perder seus empregos agora do que há um ano, o que é um número bastante concreto.
- Coisas que não vejo. Sou um estudioso da Grande Depressão. Conversei com muitas pessoas que viveram aqueles anos sobre suas experiências e li inúmeros livros sobre o assunto. Não estamos vivendo nada que sequer se compare à Grande Depressão e ao deixar subentendido que é o que ocorre no momento, é provar que estamos insultando aqueles que realmente viveram aqueles tempos e ao mesmo tempo mostrando que somos totalmente ignorantes sobre os detalhes do que aconteceu na época. Não há filas de um quarteirão para sopa. Mais de 90% do país (novamente, os EUA) está empregado – não somente os 60% dos anos 1930. As pessoas não irão perder seu dinheiro devido a falências de bancos.
- O que eu leio para me manter informado? Leio a maioria das fontes de informação que todos leem. A única diferença é que eu não dou muita importância aos comentários. Simplesmente ignoro-os e vejo os números. O que eles realmente significam? Como se comparam com o que vejo em minha própria vida? O restante dos artigos – aqueles que tentam pintar um cenário de medo – são na sua maioria só fatos distorcidos. Não se preocupe com eles.
- Minha aposta é… pelo que posso ver, essa é uma recessão típica – talvez um pouco mais forte que uma recessão normal, mas nada que se compare ao que aconteceu nos anos 1930. Sim, existem vários sinais ecônomicos ruins por aí, como há em qualquer recessão – virtualmente em qualquer situação de recessão existem bolhas que estouram e que parecem apocalípticas. O que vejo, no entanto é que quase todos que conheço estão empregados e não há filas por comida. Ninguém está vendo suas economias de uma vida desaparecerem em falências bancárias. Esse é o estado da economia como a vejo – uma recessão forte, mas nada a que não possamos sobreviver.
Eu gosto muito do jeito que o Trent escreve, pois ele coloca as coisas de forma simples e objetiva. E na maioria das vezes concordo com o que ele diz. Na minha opinião ele acertou “na mosca” mais uma vez!
Beijos,
Andréa